Consumo estagnado é um dos gargalos da produção avícola brasileira

Avicultura Industrial

Capacitar, integrar e evoluir para garantir à avicultura brasileira um futuro promissor. Essa é a premissa do setor que caiu no gosto do mundo e tende a se tornar cada dia maior e melhor. Assim, estamos passando por alguns desafios impostos pelo mercado que nunca havia acontecido antes na história da avicultura. O alto preço das commodities, fora do que estava programado para trabalhar; e a dificuldade em aumentar o consumo interno dessa proteína está entre os desafios a serem enfrentados pelo setor.

Presidente do Comitê Técnico da Integra e gerente de Fomento e Produção da Somave Agroindustrial, Jeferson Vidor, explica que tudo isso faz com que a avicultura fique cada dia mais fragilizada. “Esta é a palavra que simplifica este momento: frágil. É isso que a avicultura está sentindo hoje. As pessoas estão com medo de tomar decisões por estarmos em um cenário muito instável. Além disso, em relação à nossa política de commodities, os governantes acabam demorando muito para tomar algumas decisões e isso prejudica o setor”, afima. “Ainda acredito que nossos governantes não têm a visão clara de quanto a avicultura é importante para o Brasil. A nossa avicultura não é só importante para os empregos no país, mas sim para todo o mundo. Mediante a essa situação, precisamos de um pouco mais de atenção e consideração, fortalecendo o setor através de uma boa política de proteção”, explica.

Vidor avalia que as medidas que podem ser úteis neste momento são estrategicamente nutricionais, para a redução de custo. “Assim, as empresas acabam optando por uma formulação diferenciada ou até mesmo por alternativas na nutrição animal para continuar competitiva no mercado. O governo também poderia proteger as saídas desses grãos do Brasil, taxando para que não deixe que o estoque regulador – de passagem de milho, soja – baixe muito. A consequência disso seria a estabilidade, além de conseguirmos agregar mais e ter um levantamento de custo mais concreto”, conta.
Mesmo diante das dificuldades, para Vidor o grande avanço continua sendo as pessoas. “São elas que conseguem mover, renovar, reformular, as empresas. De nada adianta uma empresa conseguir bons trabalhos se não tiver boas pessoas. Além disso, um dos grandes avanços continua sendo na parte nutricional. Tem muita coisa nova, nutricionalmente falando, entrando no setor. Esse é um horizonte que devemos mirar e aonde a avicultura mais vai se desenvolver nos próximos anos”, sugere.

Em relação aos gargalos, Vidor diz perceber que a avicultura está estagnada, onde a população brasileira não consegue consumir muito mais do que 46 ou 47 kg por pessoa por ano, “mesmo nossa carne de frango sendo a mais atrativa do mercado nos últimos seis meses”. O gerente aponta que não temos aumento no consumo da forma que a produção precisa. “Esse é o maior gargalo que eu vejo. O mercado não esta pagando o preço que a carne de frango merece e isso prejudica muito a cadeia”, justifica.

Outro ponto importante destacado pelo gerente é a questão da exportação. “Nós temos, em alguns momentos, dificuldades em exportar o nosso produto por conta de não termos infraestrutura e rapidez no processo, então é fundamental tentar mudar isso. Algumas plantas ainda não estão habilitadas para vender para alguns mercados externos e por não conseguir comercializar para o mercado externo elas acabam ficando no Brasil e prejudicando a oferta, já que o país é um grande produtor de carne para o mundo”.

VIII Congresso Técnico Unifrango

O evento, que acontece nos dias 18, 19 e 20 de outubro, em Maringá (PR), busca reunir pessoas renomadas e influentes no mercado para esclarecer o futuro do cenário avícola. “O encontro não é só pra pessoas técnicas, mas também para níveis gerenciais e estratégicos das empresas. Por isso fizemos um mix, buscando pessoas influentes no mercado pra orientar como tomar as melhores decisões. O Comitê Técnico tem como objetivo consolidar cada vez mais o encontro, sendo uma referência não só no estado, mas também no país”, conta Vidor.

Criado em 2001 pelo Comitê Técnico – formado por profissionais das empresas avícolas associadas – o evento tem como objetivo capacitar e fortalecer a avicultura. O encontro é voltado para técnicos, veterinários, agrônomos, zootecnistas, profissionais liberais, diretores, gerentes, fornecedores e demais envolvidos na cadeia produtiva de frango.

Os interessados já podem se inscrever no site oficial do evento www.unifrango.com/encontrotecnico . As vagas são limitadas. O valor da inscrição é de R$ 100,00 até o dia 30 de setembro e R$ 150,00 até 11 de outubro, para associados da Integra e acadêmicos. Já para profissionais do setor o valor é de R$ 150,00 até o dia 30 de setembro, e após esse período R$ 200,00.



Data da Notícia: 16/09/2016
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