Consumidores não aprovam aumento no preço da carne

Valor Econômico

A alta dos preços da carne bovina tem assustados os consumidores colocando um freio nas cotações do boi gordo que começaram a cair depois de bater R$ 127,77/@ em 24 de março, segundo levantamento do Cepea/Esalq.

O frango, que costuma substituir a carne bovina nos momentos de alta, também já sentiu o golpe. Só a carne suína, outra que também é influenciada pelo boi, faz um caminho diferente desta vez, refletindo, em parte, fatores externos.
Até tem subido em algumas regiões do país e, no curto prazo, deve ficar pelo menos estável, de acordo com analistas. Além dos preços salgados ao consumidor final, é necessário considerar que a demanda por carnes também costuma arrefecer no período da quaresma, ainda que isso pese menos hoje que no passado.

Em março, a carne bovina atingiu patamares recordes, mas a resistência do consumidor fez as cotações recuarem este mês. A carcaça bovina vendida no atacado paulista já caiu cerca 6% desde o dia 18 de março, quando bateu recorde nominal de R$ 8,32/kg, segundo levantamento Cepea/ Esalq.

Segundo avaliação de Lygia Pimentel, analista da consultoria FCStone, os preços elevados da carne bovina afastaram o consumidor a partir da segunda quinzena de março, período já sazonalmente mais fraco. Mas a reação dos consumidores não foi o único fator de pressão, alerta. A "leve" melhora na oferta de boi gordo para abate, após um período de disponibilidade apertada em função da seca em janeiro e fevereiro, também pressionou a cotação da matéria-prima.

O retorno das chuvas foi essencial e beneficiou as pastagens. Diante disso, Lygia relata que pode haver até mesmo uma pressão baixista mais significativa sobre os preços do boi no fim de maio. De acordo com a consultora, a melhora das pastagens e o início antecipado do primeiro "giro" de engorda do gado de confinamento podem resultar numa maior venda de bois para o abate. Isso porque, a partir de junho, as chuvas voltam a rarear, ou seja, o pecuarista perderia o estímulo para manter o animal no pasto.

Depois desse período, há chances de a arroba do boi até mesmo superar o recorde visto em março, segundo estima a analista. O indicador ESALQ/BM&FBovespa para arroba do boi fechou a R$ 125,66, registrando uma leve alta diária de 0,28%.



Data da Notícia: 25/04/2014
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