Suinocultura Industrial
O cálculo de rendimento é de extrema importância no processo de abate animal. Ele pode ser o responsável por ganhos adicionais ou perdas não planejadas no processo. Avaliar esse quesito tendo como base elementos como mix de produtos, peso médio das aves e preço de venda pode ser a chave para identificar a real oportunidade de rendimento do abatedouro. É o que avalia a consultoria Agri Stats, que desenvolveu a metodologia Valor Agregado de Rendimento.
“O rendimento é um dos assuntos mais abordados pelas agroindústrias de aves ao redor mundo. É fundamental para a prosperidade das companhias que os indicadores relacionados ao rendimento sejam competitivos”, explica Rodrigo Francisco, gerente de contas da Agri Stats.
De acordo com o especialista, muitas empresas buscam diariamente percentuais de rendimento mais altos visando ampliar as vendas de carne. Assim, o rendimento geralmente é avaliado por meio de uma equação que analisa a quantidade de produto finalizado que deixa o abatedouro em relação ao peso vivo do frango que chega para o abate. Neste raciocínio, um rendimento de 75% é considerado bom mesmo que tenha alto percentual de CMS (carne mecanicamente processada), que possui baixo valor agregado.
Porém, na prática, a empresa perde em lucratividade, pois não leva em consideração o potencial de otimização do rendimento que teria ao focar em carnes de maior valor agregado. “É preciso focar nos cortes que apresentam maior valor agregado, de forma que o rendimento geral, mesmo que apresente um índice um pouco mais baixo, possa gerar maior lucratividade ao cliente”, explica Francisco.
Para melhor equacionar o rendimento e contemplar todas as varíaveis possíveis no processo de abate, a fórmula da Agri Stats permite, por meio de cálculos que abrangem o rendimento real da empresa, através de um prévio cadastro de produtos, comparar o abatedouro com outros que possuem mix e peso médio similares. Os grupos de abatedouros avaliados, que possuem geralmente entre 30 e 40 empresas, permitem análises realistas de rendimento, comparando-se uma determinada empresa a outras que trabalham com os mesmos objetivos.
“Ao fazer a análise de rendimento, primeiro precisamos construir um cálculo que avalie os percentuais em relação ao frango vivo, pois essa é a matéria-prima do frigorífico. Outro detalhe importante é não variar os cálculos em relação a qualquer mudança de mix, já que diariamente os abatedouros mudam o mix de produto e isso não pode afetar a avaliação da performance dos rendimentos. A comunicação entre a operação do abatedouro e o setor de vendas é fundamental para avaliar as oportunidades de ganhos com pequenas alterações nos cortes dos produtos de acordo com preços de venda”, explica Francisco.
Tomando como base também os preços de venda reais do produto no mercado, a Agri Stats identifica as oportunidades e as vantagens que a empresa cliente possui de acordo com seu perfil. O índice gerado, chamado de Valor Agregado de Rendimento, refere-se a quanto a empresa agregou de valor para cada quilograma de frango que entra no abatedouro. Para referência, as empresas rankeadas pela Agri Stats como as 25 melhores (Top25%) no quesito rendimento chegam a agregar, em média, R$ 0,20 por quilograma de frango vivo, quando comparadas às empresas de mesmo perfil. O objetivo é que a empresa possa saber como ela está posicionada em relação a abatedouros com o mesmo perfil.
“Essa análise é fantástica, pois orienta as ações para rendimento de produtos de maior valor agregado e apresenta mensalmente o que o mercado está fazendo, pois sabemos que as mudanças nesse setor são constantes, assim como na genética e na nutrição”, finaliza o gerente.