Diário Catarinense
Desde a crise causada pela grande seca americana de 2011 que colocou o preço do milho nas alturas, o setor avícola vem se concentrando no Brasil, situação que começa a ficar preocupante. Isso é claro a partir de Santa Catarina, berço das agroindústrias competitivas do país que atuam nos mercados interno e externo. O Cade, que é o responsável pelo controle da concorrência, deve avaliar isso com cuidado.
Isso porque as duas gigantes do setor, a BRF e a JBS, são responsáveis por cerca de 50% da produção. Em terceiro lugar está a Aurora, mas com participação menor. Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF lidera com produção de 7,5 milhões de frangos por dia e o Grupo JBS, dono da Seara, produz 5 milhões por dia. Em terceiro está a Aurora, com 1 milhão de aves/dia.
Com dinheiro em caixa após lucrar R$ 3,4 bilhões no terceiro trimestre por meio de derivativos cambiais preventivos e boas vendas, o JBS negocia a compra de mais duas pequenas empresas produtoras de frangos. Uma é a Agrodanieli, do Rio Grande do Sul, que abate mais de 50 mil aves/dia. Outra é empresa de Xanxerê, no Oeste de SC.
A gigante americana Tyson Foods, que comprou a Macedo de São José anos atrás, vendeu para a JBS e saiu do Brasil. A Marfrig saiu do segmento. Por enquanto, quem avança paralelamente são os pequenos produtores de frangos orgânicos.
De longe a proteína com preço mais acessível, a carne de frango é a líder nacional. Ano passado, o consumo per capita alcançou 43,5 quilos. É importante que as autoridades fiquem atentas para que essas empresas gigantes não forcem os preços para cima, afetando os consumidores.