Como aumentar a produção de milho em Santa Catarina

Agrolink

Há cerca de 20 ou 30 anos, o que se ouvia nos meios agropecuários e empresariais de SC, era que o grão de soja seria o rei dos grãos, a coqueluche da agricultura e a salvação da pátria. Evidentemente que continua sendo o produto mais disputado no mundo, mas aqui no Estado catarinense a realidade é outra. Em que pese à importância da soja para a produção de rações, o milho é o astro rei.

As nossas agroindústrias dependem significativamente desse produto, para a transformação em carnes e leite. O setor agroindustrial de SC se modernizou, se ampliou e estimulou o desenvolvimento do agronegócio em quase todas as regiões, com predominância no oeste catarinense. As maiores agroindústrias do país estão aqui localizadas, multiplicando a economia em outros segmentos.

Mas o principal produto consumido pelas agroindústrias e seus integrados não conseguiu acompanhar o progresso em termos de volume de produção. Das mais de 6 milhões de toneladas de demanda anual de milho em nosso Estado, apenas de 3 a 4 milhões, dependendo do comportamento climático, são produzidas por aqui. O restante vem do centro-oeste e até do exterior. O que fazer para ampliar a produção e reduzir a dependência de importação do milho, e evitar os elevados custos de logística e até tributário para o Governo do Estado? Ampliar a produtividade. É sabido que não temos mais áreas para expandir na plantação de grãos.

Dessa forma, temos que buscar mais produtividade nas áreas existentes. Como se consegue isso? Com tecnologia. Ainda há espaço para crescer em produtividade desde que tenhamos incentivos para ampliar o uso de tecnologias. Tecnologia é um conjunto de ingredientes. Não é apenas a semente. Precisa da correção do solo, da adubação eficiente e o manejo adequado e otimização das lavouras. O Governo do Estado vem se preocupando com isso há muitos anos.

O Programa troca-troca, que oferece subsídios na semente e calcário tem contribuído para pelo menos que se aumente a produção para os próprios agricultores-consumidores de milho. Mas precisamos ampliar essas medidas. Desde o ano passado foi incluído nos programas de subsídios uso de sementes de alta tecnologia visando ampliar a produtividade, mesmo aos pequenos produtores, que são rotulados de pouco uso de tecnologias. A realidade já é outra e os Dias de Campo das cooperativas mostram isso. Agora precisamos avançar em outros incentivos na área de fertilização.

A Fecoagro vai lançar brevemente um novo fertilizante, granulado e com micronutrientes, também objetivando ampliar o rendimento e a produtividade. Precisamos todos nós que conhecemos os problemas estimular o uso de novas tecnologias, pois isso virá beneficiar a toda a cadeia produtiva, incluindo aí os governos. Portanto, sejamos objetivos: queremos reduzir nossa dependência de importação de milho de outros Estados? Já que a logística vai demorar muito para ser resolvido, ataquemos pelo outro lado. Vamos tirar mais milho da mesma área. Vamos usar mais a tecnologia disponível. Pense nisso.



Data da Notícia: 24/02/2014
O SINDICARNE / ACAV / AINCADESC utiliza cookies para a geração de estatísticas nos acessos do site, essas informações são armazenadas em caráter temporário exclusivamente para esta finalidade. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento.