COMÉRCIO EXTERIOR: Brasil tem vantagem em 1,1 mil produtos na UE, mas enfrenta barreiras

Portal Paraná Cooperativo

Mapeamento feito pelo setor privado indica que o Brasil tem vantagem comparativa em 1.101 produtos na União Europeia, mas enfrenta tarifas de importação, cotas ou barreiras não tarifárias em 68% deles. Isso tira a competitividade das empresas brasileiras na disputa por espaço no mercado europeu e reforça a importância de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), responsável pelo levantamento.

Pré-acordo - Negociadores dos dois blocos se reúnem desde terça­feira (21/03), em Buenos Aires, na tentativa de avanços nas discussões. Mesmo sem a expectativa de fechar todos os pontos ainda neste ano, a ideia é alcançar um "pré­acordo" até dezembro e deixar apenas pendências técnicas para resolver em 2018. O caminho, porém, ainda se mostra repleto de percalços.

Tarifa zero - Apesar do escândalo deflagrado pela operação da Polícia Federal, os representantes do Mercosul deixaram claro à UE que não há possibilidade de acordo sem uma cota com tarifa zero para carnes provenientes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Troca inicial - Na troca inicial de ofertas entre os dois blocos, em maio do ano passado, a principal decepção dos sul­americanos foi com a absoluta ausência de carnes e etanol na proposta europeia. A avaliação reservada de autoridades brasileiras é que as dúvidas lançadas pela PF na lisura da vigilância sanitária dão munição ao lobby de países como França, Irlanda e Polônia contra uma cota para carnes.

Carnes - O levantamento da CNI indica que carne bovina, de frango e de peru estão entre os produtos nos quais há vantagem comparativa do Mercosul. A lista inclui outros produtos do agronegócio como suco de laranja, óleo de soja, açúcar e melão. Bens manufaturados também podem se beneficiar de um acordo. Aviões, eixos para tratores, embreagens, calçados e polietileno são exemplos.

Avanços pontuais - Nos três primeiros dias de reuniões do Comitê de Negociações Birregionais (CNB), principal instância negociadora entre o Mercosul e a UE, houve avanços pontuais. Os dois blocos acertaram que o futuro acordo terá mecanismos de cooperação na área antitruste, principalmente em investigações para defesa da concorrência. Na parte de acesso a mercados,entretanto, ficou nítido que discussões sobre produtos sensíveis custam a avançar.

Capítulo específico - Outra definição é que o acordo vai ter um capítulo específico sobre desenvolvimento sustentável, mas a inclusão suscita preocupações entre negociadores brasileiros de que questões ambientais sejam transformadas em barreiras disfarçadas para exportações do Mercosul à UE.

Reuniões - Mais duas reuniões do CNB devem ocorrer neste ano. Uma está prevista para os dias 3 a 7 de julho, em Bruxelas; a segunda foi agendada para 2 a 6 de outubro, em Brasília. Elas são cruciais para definir se haverá ou não acordo.



Data da Notícia: 29/03/2017
Tags: Economia
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