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Desde 2011, o valor anual do intercâmbio comercial entre os dois países passou de US$ 39,6 bilhões para um total que a consultoria estima de US$ 20,9 bilhões para este ano.
Cinco anos atrás - Há cinco anos, o Brasil exportou para o país vizinho o equivalente a US$ 22,7 bilhões e importou US$ 16,9 bilhões. A estimativa da Abeceb é uma exportação brasileira de US$ 12,4 bilhões em 2016. Já as vendas da Argentina para o mercado brasileiro somarão US$ 8,4 bilhões, segundo a consultoria, o que levará o lado argentino a um déficit de US$ 4 bilhões.
Sinais de recuperação - Apesar do quadro negativo, começam a surgir os primeiros sinais de recuperação. Pela primeira vez nos últimos 36 meses, houve crescimento nesse comércio bilateral, que avançou 13,2% em agosto em relação ao mesmo mês de 2015. O Brasil embarcou para o outro lado da fronteira o equivalente a US$ 1,2 bilhão, o que representou avanço de 21,2% na comparação com agosto do ano passado.
Comparação - A Abeceb destaca, no entanto, que a comparação parte de bases muito baixas. A análise mostra uma queda de 35,9% em agosto de 2014 e de 11,9% em 2015. A venda de veículos e produtos de alumínio puxaram as vendas brasileiras para o país vizinho em agosto. Do outro lado, a Argentina registrou crescimento muito menor, de apenas 2,6% nas vendas para o Brasil em agosto, num total de US$ 797 milhões.
Resultado positivo - O resultado positivo interrompeu um período de 19 meses consecutivos de queda. "Talvez a melhor notícia seja que a atividade no Brasil deixou de cair e começa lentamente a sua recuperação", diz o diretor da Abeceb, Dante Sica. Para o economista, se a demanda brasileira crescer pelo menos 1% em 2017, será uma "excelente notícia" para a indústria argentina.
Visita - Os lentos sinais da retomada do intercâmbio entre os dois países podem estar na agenda dos temas que o presidente Michel Temer carrega nesta segunda-feira (03/10) na primeira visita oficial à Argentina como presidente do Brasil. Do lado argentino, existe uma preocupação em relação à retomada da demanda brasileira, principalmente por automóveis. Segundo a Adefa, a associação que representa a indústria automobilística na Argentina, de janeiro a julho as exportações para recuaram mais de 30%. O Brasil absorve quase 80% das exportações de veículos produzidos no país vizinho.
Expectativa - Existe, ainda, do lado do governo argentino, uma grande expectativa em relação à possibilidade de empresas brasileiras voltarem a investir no país. Segundo a Abeceb, os recursos privados de origem brasileira responderam por 5% do total investido desde o início do governo de Mauricio Macri, em dezembro. O Brasil ficou em terceiro lugar entre os estrangeiros que investiram no país, atrás de Espanha e Estados Unidos.