Pesquisadores do Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo (Escócia), em colaboração com a Agência de Saúde Animal e Vegetal (APHA) do Reino Unido e a Universidade de Lübeck (Alemanha), desenvolveram suínos resistentes à Peste Suína Clássica (PSC) utilizando a tecnologia de edição genética.
A equipe usou a tecnologia CRISPR/Cas9 para alterar uma proteína-chave suína, a DNAJC14, da qual o vírus depende para se replicar nas células. Em testes de laboratório com células e, posteriormente, em animais vivos, a alteração do gene que produz a DNAJC14 impediu a reprodução do vírus.
Os suínos geneticamente editados que foram expostos à PSC permaneceram inalterados, enquanto os animais não editados apresentaram sinais típicos da doença. Segundo os pesquisadores, a alteração genética ofereceu proteção completa contra a infecção, sem quaisquer efeitos negativos observáveis na saúde ou no desenvolvimento dos animais. Os cientistas acreditam que esses suínos teriam pouca probabilidade de espalhar o vírus para outros animais.
O Dr. Simon Lillico, cientista principal do Instituto Roslin, destacou que a pesquisa sublinha o “potencial crescente da edição genética na pecuária para melhorar a saúde animal e apoiar a agricultura sustentável”. O desenvolvimento se baseia em pesquisas anteriores que já haviam criado suínos resistentes à Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS).
A PSC, embora não seja vista no Reino Unido desde 2000, continua a causar surtos significativos na Ásia, África, América Latina e Europa, resultando em proibições comerciais e graves perdas financeiras. A equipe de pesquisa sugere que a mesma edição genética poderia, em teoria, ser aplicada a outras espécies de gado para oferecer proteção mais ampla contra doenças da família dos pestivírus.
A pesquisa foi publicada na revista Trends in Biotechnology, em colaboração com a empresa de genética animal Genus e outras instituições.