Chuva no Sul fecha portos e atrasa embarques de proteínas

Agência Estado

As fortes chuvas que atingem o Sul do Brasil estão prejudicando as exportações brasileiras. O Complexo Portuário do Itajaí, em Santa Catarina, principal via de escoamento de aves e suínos do País, por exemplo, está fechado pela segunda vez em menos de dez dias e não há previsão para a reabertura. Diante disso, a Cooperativa Central Aurora, de Chapecó (SC) iniciou nesta sexta-feira, 23, a transferência terrestre de 150 contêineres, que estavam à espera de embarque no complexo, para o Porto Itapoá - cerca de 160 quilômetros de distância. Um prejuízo direto de R$ 195 mil para a empresa. "Já perdemos sete navios e não há qualquer definição sobre a situação do complexo, até porque isso depende do clima. Então, por segurança, resolvemos retirar o produto de lá", disse à reportagem Dilvo Casagranda, gerente geral internacional da Aurora. Casagranda estima que a empresa deixou de embarcar em torno de 4 mil toneladas de aves e suínos nos últimos dez dias. "Ainda não calculamos o valor total do prejuízo, porque há uma série de detalhes, como as multas contratuais por causa dos atrasos", disse. A cooperativa exporta em média 27 mil toneladas por mês e deste total 85% é escoado via o Complexo Portuário do Itajaí. O executivo estima que entre 20 e 30 mil toneladas de carnes congeladas deixaram de ser embarcadas no total, incluindo o produto de outras empresas, por causa da chuva. Ele avalia ainda que a região pode começar a enfrentar problemas de estocagem, com o acúmulo da carga que precisa ser mantida refrigerada. Segundo o gerente de operações do Itajaí, Ricardo de Amorim, o porto foi fechado ontem porque a chuva dificultou a atracação dos navios. O complexo também não operou entre os dias 14 e 19 deste mês. Segundo Amorim, desde então, 15 navios deixaram de atracar no porto. A média mensal de embarcações que atracam no complexo é de 70 a 80 - desde o início de outubro, apenas 38 atracaram. O Porto de Paranaguá, no Paraná, também enfrentou problemas com as chuvas e teve paralisações no último fim de semana. A fila atualmente é de 60 navios, quando a média é de 40. Em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, as atividades foram retomadas nesta manhã. Desde o início do mês, foram vários períodos de paralisação por causa do clima. Para a movimentação de grãos, a umidade é um grande problema porque, mesmo que os portos estejam em funcionamento, pode prejudicar o padrão de exportação acertado na hora da venda. Atualmente, as exportações de milho do Brasil estão no auge, com expectativa de volumes recordes, acima de 3 milhões de toneladas por mês. "As chuvas deixam de dar vazão ao que deveria estar escoando pelo Sul", disse o presidente Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Castanho Teixeira Mendes à reportagem. Mas ele pondera que o prejuízo deve ser pequeno. "Isto porque mais de 50% do milho é escoado pelo Porto de Santos (SP) que está operando bem", disse.



Data da Notícia: 26/10/2015
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