China informa que reabrirá importação de carne brasileira na segunda

Agências

... acredita que Hong Kong também deve liberar a entrada da carga brasileira.

A China reabriu o mercado para as importações de carne brasileira, afirmou neste sábado (25) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após intensa mobilização do governo para a retomada dos desembaraços aduaneiros no país. Os desembaraços aduaneiros, que estavam suspensos, serão retomados a partir da segunda-feira, com algumas restrições. Serão bloqueados os produtos fabricados na SIF350, planta da JBS localizada na Lapa, no Paraná. Além disso, também ficaram retidos os produtos que tiverem os certificados assinados por pessoas investigadas. "São sete fiscais que têm problema, e todas as cargas que eles assinaram estão suspensas. O resto está liberado", explicou. "A liberação é um esforço gigante que foi feito aqui no Brasil com as explicações, de mostrar que as investigações estavam numa direção de investigar conduta de pessoas, comportamento de pessoas, desvio de conduta das pessoas", disse Maggi à agência Reuters.

Segundo o ministro, apenas as unidades que o próprio Brasil suspendeu não poderão vender ao parceiro asiático, que foi no ano passado o maior mercado de exportação para a carne brasileira, com compras que somaram US$ 1,75 bilhão. Além disso, a China também bloqueará e recolherá os produtos cujos certificados foram assinados por técnicos investigados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Para Maggi, a liberação da China "era uma batalha importante" devido à influência sobre outro mercado. "Acho que Hong Kong, como é um entreposto, tem muito mercado com a China. Se a China nos liberou, não tem porque eles nos manterem suspensos. Foi importante por todo o trabalho que foi feito essa semana." Agora, o próximo objetivo do governo é ir "atrás dos mercados que ainda não retomaram (a importação da carne brasileira)".

Em nota asinada por Maggi, o ministério informou que a reabertura ao mercado brasileiro é um atestado categórico da solidez e qualidade do sistema sanitário brasileiro e da vitória da capacidade exportadora do País. "A China nunca fechou o mercado aos nossos produtos, mas apenas tomou medidas preventivas para que tivéssemos a oportunidade de oferecer todas as explicações necessárias e garantir a qualidade da nossa inspeção sanitária", disse o ministro. "Nós continuaremos mandando produtos, vendendo sem restrição, com a suspensão das plantas que nós mesmos decidimos aqui até que nós mostremos os nossos controles finais desse assunto com a força tarefa que estamos tendo nesse momento", afirmou o ministro.

CONFIANÇA MÚTUA - Em nota, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que a pasta, o Itamaraty e as embaixadas brasileiras no exterior trabalharam nos últimos dias para regularização das exportações do produto. "A regularização do ingresso da carne brasileira na China mostra o espírito de confiança mútua entre os dois países e a disposição para dialogar com boa fé. A China nunca fechou o mercado aos nossos produtos, mas apenas tomou medidas preventivas para que tivéssemos a oportunidade de oferecer todas as explicações necessárias e garantir a qualidade da nossa inspeção sanitária. Agradecemos o gesto de confiança da China, nosso parceiro estratégico, na credibilidade do sistema brasileiro."

O Brasil nunca exportou tanto para a China. Foram cerca e US$ 2 bilhões somente no ano passado. Hoje, o Brasil tem 65 plantas habilitadas para vender para a China, das quais 57 estão autorizadas a fazê-lo neste momento. A verdade é que, na prática, nem quem está autorizado está podendo exportar. Desde a sexta-feira passada, a ordem é reter todas as carnes vindas do Brasil nos portos. Aproximadamente 58 mil toneladas de carnes terão sido impedidas de entrar no país até a liberação na segunda, ou o equivalente a 21dias das exportações brasileiras para o mercado chinês entre carnes de frangos, suínos e bovinos.

Na sexta (24), o ministério divulgara lista de países que impuseram restrições à carne exportada pelo Brasil. A relação traz 13 países, incluindo a China, que suspenderam de forma temporária ou preventiva as importações do Brasil: Hong Kong, China, Chile, Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá, Qatar, México, Bahamas, São Vicente e Granadinas, Granada e São Cristóvão e Névis. Outros nove países adotaram algum tipo de restrição ao produto brasileiro.



Data da Notícia: 27/03/2017
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