Certificação de soja deve crescer

DCI

O programa Produzindo Certo, que auxilia produtores na adequação ambiental e social de suas fazendas, pretende certificar 150 mil toneladas de soja em 2015. A plataforma é fruto da parceria entre empresas como Unilever, Yara, Bayer e Santander com a organização não governamental (ONG) Aliança da Terra.

"Começamos a parceria com a Unilever há dois anos, que tinha a necessidade de comprar soja com o selo de certificação e viu na Aliança da Terra a possibilidade de, junto com os produtores, implementar isso no campo", conta a gerente geral da Aliança da Terra, Aline Locks.

O foco do Produzindo Certo, que foi criado com a experiência de mais de 10 anos da ONG, é atender propriedades localizadas em Uberlândia (Minas Gerais) e Rio Verde (Goiás) - onde está grande parte da produção do País.

Para o próximo ano, a expectativa é aumentar em 100 mil toneladas a quantidade de soja certificada. "Esse programa tem a idade planejada para cinco anos, e, aumentando esse volume, para o ano que vem a nossa estimativa é ter 250 mil toneladas de soja", estima Locks.

Apesar de o foco ser soja, a Aliança da Terra também faz o trabalho de certificação em áreas que produzem milho, algodão, arroz, entre outras.

Segundo a gerente-geral da Aliança da Terra, uma das maiores dificuldades ainda é o investimento. "Foi por isso que nós recorremos a empresas, para que elas ofertem benefícios, que se traduzam em ganhos financeiros para o produtor, para que ele tenha esse incentivo em se adequar", diz.

Foi justamente a mudança de pensamento que levou Sérgio Cunha, proprietário da Fazenda Lage, localizada em Santo Antônio da Barra (Goiás), a fazer as mudanças.

"Eu não estou preocupado se vou ganhar um ou dois reais a mais pela sojaou boi. Eu sei que vou ganhar com a melhoria da propriedade no modo geral. Vou adequar as instalações e qualidade de vida, produzir correto na parte ambiental. Com isso, você tem uma equipe mais motivada", diz ele.

Com 1.500 hectares, a Fazenda Lage trabalha na produção pecuária e com suinocultura, além do arrendamento com cana-de-açúcar e soja.

Para o produtor Sergio Cunha, é um pensamento no longo-prazo: com a melhora na qualidade de trabalho dos funcionários produz-se mais.

"Procurei a parceria porque isso faz a fazenda 'se mexer' em algum processo que estamos fazendo errado, independente de ganhos no produto final. Eu entendo que tudo isso vai me trazer um maior ganho de produtividade", diz Cunha.

Segundo o fazendeiro, o processo de melhoria é desempenhado de forma contínua. E reconhece que ainda é possível avançar sobre a questões como a preservação permanente da propriedade e nas instalações de trabalho.

A maior dificuldade para implantar as melhorias, diz Cunha, é "mudar a mentalidade das pessoas que estão trabalhando". "É um trabalho macro eu tenho que fazer na fazenda, que é social", resume.



Data da Notícia: 09/10/2015
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