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O Brasil é um grande player de carne bovina no mundo. Somos reconhecidos pela confiabilidade e qualidade (devido à riqueza de pastagens), por sermos um provedor aliado (somos um mercado confiável pois não estamos envolvidos em guerras e temos como diferencial a tratativa amigável), pelo alimento saudável (rico em proteínas, vitaminas etc)... Mas então por que este produto verde e amarelo não tem reconhecimento notável?
O gerente Executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon, São Paulo/SP), Bruno Andrade, explica que um estudo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec, São Paulo/SP) aponta qual seria a melhor forma de o País fixar uma imagem de confiabilidade no exterior e para o consumidor interno. “O produtor precisa encontrar um equilíbrio entre volume, baixo custo e diferenciação; uso consciente da tecnologia e aptidão; investir em controle de dados e gestão da informação; além disso, como indivíduo, contribuir para a mudança da imagem do pecuarista, como um profissional poderoso, mas não arrogante”, explica.
Consumo de carne no mundo. Durante palestra na Intercorte em Ji-Paraná (RO), Andrade ainda destacou os hábitos de consumo global. Na África Subsaariana, a principal questão é a sobrevivência e o preço, já que estão preocupados em adquirir carboidratos e volume de comida; já em países como China, Índia e continentes como Europa Oriental e América Latina, o mercado busca produtos básicos e de qualidade, em refeições mais completas e práticas, com bom preço; o último grupo, formado por Europa ocidental, Japão, Coreia do Sul, Canadá, EUA e Oceania, almeja produtos orgânicos e com rastreabilidade, já que eles têm maior poder aquisitivo, há uma sede pelo consumo em abundância.
“O Brasil tem caminhado para produzir mais da carne gourmet. Entretanto, ainda somos caracterizados como produtores de uma carne ‘ingrediente’, utilizada em molhos, macarronadas etc, e a carne ‘culinária’, que são os bifes e acompanhamentos do prato principal”, exemplifica Bruno Andrade.