Diário Catarinense
Fim de semana foi marcado por dois fatos relativos às operação Carne Fraca. Em Chapecó, uma grande manifestação, intitulada "Carne Forte", reuniu criadores de aves e suínos, autoridades, produtores rurais e dirigentes de associações regionais e nacionais. Com centenas de cartazes, procuravam enfatizar a qualidade da carne, separando dos atos de corrupção.
Enfatizaram que 300 famílias de agricultores estão envolvidas no ciclo produtivo do agronegócio e temem os prejuízos com a imprudente e irresponsável forma com que a operação foi comunicada pelos delegados da Policia Federal. No domingo, o clima de tensão foi aliviado pelas decisões da China e do Egito de cancelamento dos embargos.
A China é o principal importador de carnes de aves e suínos de Santa Catarina. No oeste havia preocupação, inclusive, com volume expressivo de produtos já embarcados e que estavam a caminho da Ásia. Os principais exportadores catarinenses já examinavam até a redução da produção, o que atingiria diretamente os avicultores e suinocultores.
A operação Carne Fraca produziu um prejuízo de 160 milhões de dólares para os exportadores brasileiros só na primeira semana. O total das perdas em Santa Catarina deverá ser divulgado hoje pelo Sindicarne. O presidente da Federação da Agricultura, José Pedroso, viaja hoje para Brasilia, para participar de reunião emergencial na Confederação Nacional da Agricultura. Ali deverão ser conhecidos os últimos dados sobre os prejuízos e os esforços para esclarecimentos novos aos países importadores, visando a suspensão dos embargos.
Pedroso tem maior preocupação com os produtores. Eles formam o elo mais fraco do ciclo. Por isso, na reunião de amanhã vai sugerir estudos sobre a hipótese de ações judiciais para responsabilizar os culpados e proteger os produtores rurais.