Os dados finais da SECEX/MDIC mostram que as exportações de carne de frango do último mês de 2018 tiveram desempenho ligeiramente acima do normal, pois o volume embarcado correspondeu a 8,55% do total anual, resultado 0,11 ponto percentual superior à média registrada em dezembro dos onze anos anteriores (8,44% entre 2007 e 2017).
Fisicamente e considerado apenas o produto in natura, foram embarcadas no mês 326.539 toneladas de carne de frango, volume que representou aumento de pouco mais de 10% tanto sobre o mês anterior (296.628 toneladas em novembro de 2018) como sobre o mesmo mês do ano passado (295.641 toneladas em dezembro de 2017).
Como vinha sendo prenunciado, o preço médio do mês alcançou o maior nível de 2018, chegando a superar, também, o de dezembro de 2017. O valor registrado, muito próximo de US$1.600/tonelada, ficou 1,59% e 1,38% acima dos observados no mês anterior e no mesmo mês do ano passado.
O incremento simultâneo de volume e de preço redundou, naturalmente, em maior receita cambial. Ela somou US$522,415 milhões, ultrapassando em quase 12% as receitas alcançadas no mês anterior (US$467,120 milhões em novembro de 2018) e no mesmo mês do ano passado (US$466,542 milhões em dezembro de 2017).
RESULTADOS ANUAIS
Sem computar, ainda, os embarques de carne salgada e de industrializados de frango (ou seja, considerado apenas o produto in natura, responsável por cerca de 90% do volume e da receita do setor), foram exportadas em 2018 cerca de 3,818 milhões de toneladas de carne de frango, volume 3,24% inferior aos 3,946 milhões de toneladas de 2017.
O preço médio registrado no ano ficou em US$1.537,89/t, valor que representou redução de quase 6% sobre o ano anterior. Mas o setor correu o risco de enfrentar índice de queda bem maior, pois, no primeiro semestre, o preço recebido decresceu quase continuamente (mínimo, no ano, de US$1.487,45/t em junho). Ou seja: ocorreu forte recuperação no segundo semestre. A ponto de o valor alcançado em dezembro (US$1.599,86/t, pico do ano) ficar 7,5% acima do valor mínimo.
Isso, obviamente, refletiu-se também na receita. Assim, enquanto na virada do primeiro para o segundo semestre o valor acumulado recuou 17,5%, com a recuperação observada na segunda metade do ano (o volume do semestre aumentou mais de 22% em relação ao primeiro semestre; e o preço médio, quase 2%), o índice de queda na receita cambial – que totalizou US$5,874 bilhões – foi reduzido praticamente à metade (-8,67%).