AviSite
Analisando-se o quadro dos 30 (trinta) principais importadores da carne de frango brasileira no primeiro semestre de 2015 constata-se mudança mínima em relação ao mesmo semestre do ano passado. Ou seja: saíram desse grupo apenas dois países (Congo e Gana), entrando em seu lugar outro país africano (Sudão do Sul) e o México.
Começando pelos 10 primeiros importadores: o destaque foi o surgimento, nesse grupo, da Coreia do Sul, cujas compras quase dobraram, resultando em aumento de receita próximo de 60%.
Mas quem possibilitou que o volume direcionado para os 10 principais importadores apresentasse incremento próximo de 3% no semestre foi a China, que aumentou suas importações em 37%.
Sob este aspecto, aliás, o aumento chinês neutralizou a redução de seu território especial, Hong Kong (-23%). E, ainda assim, juntos, China e Hong Kong foram o segundo principal cliente do frango brasileiro em volume e em receita. Em outras palavras, os chineses ficaram atrás, apenas, da Arábia Saudita, cliente número 1 desde os primeiros embarques, quatro décadas atrás.
Já no grupo colocado entre a 20ª e a 30ª posição, os grandes destaques em relação ao volume importado ficam com Cuba e México, cujas compras aumentaram mais de100%. Mesmo assim, Cuba importou do Brasil (em seis meses) pouco mais da metade do que recebeu dos EUA em cinco meses e em pleno embargo (60 mil/t entre janeiro e maio). Imagine-se quando o embargo for suspenso...
Por seu turno, o México permanece como mais uma expectativa não realizada. É verdade que, em relação ao primeiro semestre de 2014, subiu 10 posições, passando da 37ª para a 27ª colocação. Mas suas importações, neste ano, ficaram resumidas a pouco mais de 13 mil toneladas – pouco mais de meio por cento das exportações brasileiras no semestre.
Contudo, nessa questão, o México não está sozinho, pois a Rússia é outra expectativa não realizada. Porque, a partir do instante em que rompeu relações com seus demais fornecedores (ou a maioria deles), contava-se que faria do Brasil sua principal fonte de abastecimento.
É verdade que, neste ano, os importadores russos aumentaram, sim, suas importações (+65%). Mas o volume importado (pouco mais de 38 mil toneladas em seis meses) representa menos de 12% do que tendem a comprar externamente em 2015 (320 mil toneladas nas projeções, já corrigidas para baixo, do USDA).
Quer dizer: ou a Rússia tem outras fontes abastecedoras ou pretende reduzir drasticamente suas importações neste exercício comparativamente ao que adquiriu externamente no ano passado (450 mil toneladas em 2014).