Carne de frango: por que não embarcamos acima de 400 mil/t em junho?
AviSite
Considerado o comportamento dos dois principais itens exportados pela avicultura, o volume de carne de frango embarcado em junho passado deveria, automaticamente, ter ultrapassado as 400 mil toneladas mensais pela primeira vez na história do setor. Mas, a despeito do recorde então alcançado, ficamos pouco mais de 10 mil toneladas aquém desse “número mágico”. Por quê?
Em junho, comparativamente ao mês anterior, os embarques de cortes de frango aumentaram 22%, enquanto o incremento do frango inteiro foi de 38%. Com isso, mesmo que o frango industrializado e a carne de frango salgada tivessem mantido o mesmo volume do mês anterior, as 400 mil toneladas teriam sido ultrapassadas.
Mas isso não ocorreu porque, simplesmente, o volume de carne salgada exportada em junho foi 57% menor que o registrado em maio. E a responsabilidade por isso é das regras impostas pela União Europeia a quem fornece o produto aos seus países-membros.
Explicando, as vendas de carne salgada à UE sob condições favorecidas – isto é, com alíquota de importação menor – estão restritas a 170 mil toneladas anuais. O que passa daí está sujeito a uma alíquota que inviabiliza as compras normais. E o vencimento anual dessa quota ocorre exatamente no mês de junho. Daí a forte queda observada no encerramento do semestre.
Como mostra a tabela abaixo relativa aos últimos cinco anos (e cujos números abrangem períodos de 12 meses decorridos entre julho de um ano até junho do ano subsequente, quando vence a quota da UE), as exportações do produto – quase 100% delas direcionadas para o bloco europeu – se mantêm em relativa estabilidade no decorrer do tempo. Mas, invariavelmente, no encerramento do semestre, elas recuam a menos da metade (eventualmente a menos de um terço) da média mensal registrada nos 11 meses anteriores.
Como em julho corrente reabre-se um novo período, pode-se contar com forte retomada dos embarques do produto. O recorde mais recente (abril de 2014) é de 22 mil toneladas, 3,2 vezes o que se exportou em junho passado.
