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Não fosse junho um mês atípico para as exportações de carne de frango, o volume embarcado no semestre poderia ter crescido em torno de 15% (o incremento efetivo foi pouco além de 14%) e a receita cambial, em vez de recuar mais de 1%, teria ficado negativa em menos de meio por cento ou, quem sabe, teria apresentado evolução positiva. Mas por que isso não ocorreu?
Porque, pelo sistema que define o acesso ao mercado da União Europeia, em junho de cada exercício vencem as quotas anuais relativas às exportações de carne de peito de frango salgada. Assim, o volume embarcado no mês corresponde ao saldo remanescente da quota anual.
Para dar ideia do que isso representou nas exportações do mês passado basta observar que nos onze meses anteriores a junho os embarques do produto salgado variaram, mensalmente, entre 13,7 mil toneladas e 20,8 mil toneladas – média de 16,3 mil toneladas mensais.
Pois em junho último o volume exportado recuou não mais que 1% em relação ao mesmo mês de 2015. Mas como ficou abaixo das 6,8 mil toneladas, caiu 62% em relação ao mês anterior e correspondeu a apenas 42% do volume médio exportado nos onze meses anteriores.
Tal desempenho, porém, apenas impediu que os resultados do semestre fossem ligeiramente superiores. Porque, a exemplo do frango inteiro e dos cortes de frango, a carne de frango salgada registrou expressivo incremento no volume embarcado.
Por outro lado, porém, foi a que apresentou maior recuo no preço médio, o que fez com que apresentasse o pior resultado na receita cambial – recuo de 8,5%.
De toda forma, esse recuo não foi isolado. Pois, embora em menor escala, atingiu também os industrializados (-3,64%) e o frango inteiro (-1,99%). Ou seja: por ora salvam-se apenas os cortes de frango. Mas por conta do volume embarcado (que cresceu mais de 16%) e não do preço médio, ainda negativo para os quatro itens exportados.