Câmbio salva faturamento da proteína animal

DCI

No balanço de um ano marcado por aumento nos custos de produção, greve de fiscais sanitários, redução no poder de compra das famílias e, do outro lado, expansão nas vendas internacionais, o dólar alto foi um agente fundamental para fechar a conta do setor de aves e suínos. A moeda manteve a receita de exportações no azul e dá otimismo para 2016.O segmento de frangos deve encerrar 2015 com crescimento de 4% nos embarques, para 4,26 milhões de toneladas, na variação anual. Com isso, a receita cambial atingiu R$ 23,7 bilhões, alta de 25%. Já em dólar, o resultado chegou a US$ 7,1 bilhões, uma retração de 11%.

O mesmo foi visto no suíno, que exportou 550 mil toneladas, um salto de 8,9%, e recebeu R$ 4,3 bilhões pelas vendas, valor 14% maior que o registrado em 2014. Na moeda americana, porém, houve baixa de 20% em receita, para US$ 1,2 bilhão.

Se fossemos um setor sem exportação, seríamos metade do que somos e só embarcamos 30% daquilo que produzimos , destaca o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, sobre a importância do mercado internacional para o desenvolvimento da cadeia, durante apresentação do balanço anual, ontem (9).

Segundo ele, o que impediu resultados melhores foi a recessão doméstica. Com o foco voltado para fora do País, o Brasil conquistou o posto de maior exportador defrango e segundo maior produtor global desta proteína. Em 2015, além da abertura dos mercados da Malásia e Myamnar, houve a recente habilitação de duas novas plantas para a China - totalizando 30 frigoríficos habilitados - e 16 novas unidades exportadoras para o México, país que agora conta com 20 plantas.

O vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, enfatiza que, com os resultados obtidos, o frango passou a ser o quarto produto mais relevante para a balança comercial.

Com relação à produção, os frangos avançaram 3,5% para 13,13 milhões de toneladas. No suíno, houve ganho de 4,9%, para 3,6 milhões de toneladas.

O custo de produção aumentou um pouco e teve que ser dividido na cadeia. Cerca de 45% das exportações brasileiras vão para a Rússia. A grande maioria do mundo islâmico não compra carne suína e os demais compradores [globais] são nossos concorrentes , explica o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas, sobre a dinâmica deste mercado. Ele ainda comentou que está sendo feito um trabalho para melhoria do status sanitário dos estados e ampliação das exportações.

Próximos passos

Para o ano que vem, a projeção de avanço do frango fica entre 3% e 5%, impulsionado, principalmente, pelo comércio com China e México. A abertura de Taiwan e Camboja também está entre os objetivos. Para o suíno, a expectativa é crescer de 2% a 3%, com foco na habilitação para Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Santin afirma que a produção chinesa de matrizes começou a diminuir e eles não devem importar novas fêmeas para recomposição das granjas, logo, abre-se um espaço para aumento nas importações da carne. O mesmo pode acontecer com a Tailândia.

Também está no radar a abertura para vendas do varejo na África do Sul , lembra Vargas, sobre os suínos.

A questão sanitária pode ser outra grande alavanca para o País. Nos Estados Unidos, por exemplo, Turra diz que 500 mil toneladas de frango deixaram de ser exportadas em decorrência dos casos de influenza aviária. Em contrapartida, o Brasil atendeu está lacuna de mercado com pouco mais de 100 mil toneladas.



Data da Notícia: 10/12/2015
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