O Brasil consolidou sua posição como potência global no
fornecimento de alimentos e deve fechar 2025 como o terceiro maior exportador
de carne suína do mundo, ultrapassando o Canadá. A projeção é da Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que estima um volume total de 1,49 milhão
de toneladas exportadas pelo Brasil neste ano (+10%), enquanto as expectativas
canadenses foram revisadas para baixo, ficando entre 1,3 e 1,35 milhão de
toneladas.
Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, o sucesso
brasileiro ocorre mesmo com a redução de 30% nas compras da China. A estratégia
foi a diversificação agressiva de mercados: as Filipinas assumiram a liderança
como principal destino, somadas ao crescimento no Japão (+25%), Vietnã (+24%) e
México. O cenário global também favoreceu o Brasil: os EUA reduziram
exportações para focar no consumo interno, enquanto a Europa sofre com surtos
de Peste Suína Africana (PSA), que afetaram a produção na Espanha e em outros
países.
No mercado doméstico, a competitividade foi garantida por
safras robustas de grãos e custos de produção estáveis, permitindo margens mais
confortáveis aos produtores. Com a oferta interna devendo atingir 4,06 milhões
de toneladas, a ABPA projeta que o consumo per capita do brasileiro cresça para 19
kg ao ano. Esse equilíbrio entre exportação forte e abastecimento interno
robusto é sustentado por um câmbio favorável e pela eficiência das granjas.
Olhando para o futuro, a entidade mantém o otimismo e
projeta que a produção nacional deve saltar de 5,55 milhões de toneladas este
ano para 5,7 milhões em 2026 (+2,7%). Um trunfo estratégico no
radar é a possibilidade de novas aprovações sanitárias da China,
especificamente para a exportação de miúdos suínos. A abertura
desse segmento no gigante asiático, somada à previsibilidade nos preços do
milho e da soja, oferece a segurança necessária para que o setor continue
investindo e ampliando sua capacidade produtiva nos próximos anos.