Brasil registra o maior estoque de milho da história

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A safra 2016/2017 de milho deixa os brasileiros numa situação inusitada. De acordo com estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estoque inicial da safra foi de quase 8 milhões de toneladas. Somando a produção total de milho na safra 2016/2017 e subtraindo o consumo total doméstico, os estoques previstos pela Conab na safra 2016/2017 são de 21,6 milhões de toneladas. “É o maior estoque de passagem na história da produção de milho no país”, afirmou a Conab no estudo.

A Conab admite que, com a conjuntura de preços baixos para o milho no mercado internacional e no mercado brasileiro, o Governo Federal faz uso de instrumentos por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). “Não só garantir renda ao produtor nacional, como destravar a comercialização que estava estagnada, em virtude deste panorama baixista”, explica a Conab.

Produção recorde

A produção brasileira de milho, segundo a Conab, deve atingir seu maior volume, estimado em 97,2 milhões de toneladas. Isso é resultado do aumento de área plantada na primeira e na segunda safra de milho, além de condições climáticas favoráveis. O consumo brasileiro de milho cresceu em comparação com o ano passado e deve atingir 56,1 milhões de toneladas, mas esse crescimento não absorve o aumento da produção. “Trata-se apenas de uma recuperação do volume de demanda do setor animal, especialmente aves e suínos, e do consumo do grão para a produção de etanol”, afirmou a Conab.

Exportações de milho

A expectativa brasileira é exportar 28,0 milhões de toneladas de milho até o fim de janeiro de 2018. Mas, a Conab admite desafios para atingir essa previsão e podem ocorrer atrasos. “É possível que, diante de alguns problemas de ordem logística, haja um comportamento semelhante ao ocorrido em 2016, quando se viu um grande volume de milho da safra antiga sendo exportado em fevereiro e março de 2018, sendo contabilizado na oferta e demanda da safra 2017/18”, afirmou a Conab.

Com uma produção tão elevada de milho e estoques elevados, o mercado exportador será mais competitivo que em anos anteriores, diz a Conab. “Os Estados Unidos continuam como principal exportador, mas tendem a perder espaço para os países da América do Sul, como Brasil e Argentina”, afirmou a Conab.

No estudo, a Conab cita a política do Governo argentino Mauricio Macri que retirou as “retenciones”, um imposto sobre as exportações de milho, fato que estimulou a produção e as exportações. A expectativa de exportação da Argentina, segundo a Conab, avançou de 19,6 milhões, na safra 2014/15, para 28,5 milhões de toneladas na safra 2017/2018. Com a produção recorde na safra 2016/17, as cotações do milho chegaram ao seu valor mínimo em 10 anos, atingindo a menor média mensal, no valor de US$ 126,66/t (US$ 3,21/bu).



Data da Notícia: 11/09/2017
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