Reuters
Os leilões têm sido realizados pelo governo em uma tentativa de arrefecer os preços do milho no mercado doméstico, que bateu recordes nos últimos meses, após exportações históricas e uma quebra de safra, elevando fortemente os custos dos setores consumidores, primordialmente os produtores de carnes e laticínios.
"O mercado está travado", disse o diretor da Centromix Assessoria em Comercialização de Grãos, Leandro Rodrigues, de Cuiabá (MT).
Segundo ele, produtores que têm milho em estoque estão pedindo valores muito acima do que compradores estão dispostos a pagar. Nos últimos dias, por exemplo, ele recebeu oferta de uma trading disposta a pagar 24,5 reais por saca por milho com embarque imediato. Vendedores no interior do Estado, por outro lado, aceitam fechar negócio apenas acima de 30 reais por saca.
CONAB
A Conab disse à Reuters que segue uma resolução do Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep) determinando que os estoques públicos sejam destinados ao atendimento de criadores de aves e suínos e utiliza a regra para garantir que o grão chegue efetivamente aos que exercem essa atividade.
"A intenção da Conab, ao exigir a atividade como principal, é impedir que setores diversos do indicado na resolução do Ciep adquiram o milho para depois comercializá-lo ao setor que realmente necessita", disse a agência estatal, indicando que quer evitar a ação de atravessadores.
Os corretores ouvidos pela Reuters disseram que um pedido para flexibilização da regra de cadastro foi encaminhado à Conab por meio dos canais de comunicação destinados aos agentes cadastrados na entidade.
A Conab respondeu que "até o momento não recebeu nenhum pedido de flexibilização da referida regra por parte do setor interessado".