DCI
Ao partir do pressuposto de que todas as principais fabricantes de máquinas agrícolas estão consolidadas entre os grandes produtores rurais, o pequeno agricultor entra no radar do mercado como cliente em potencial.
Para tanto, os bancos das montadoras têm oferecido condições de financiamento favoráveis para ao segmento.
De maneira geral, durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto (SP), as instituições financeiras públicas e privadas têm adotado o discurso de que não há crise no agronegócio brasileiro, em vista dos resultados de safra recorde e desempenho de preços internacionais das commodities agrícolas, que caminha para uma linha de recuperação, incrementados no Brasil pelo câmbio em alta.
Aposta na tecnologia
"O objetivo da Case, de atender o fazendeiro profissional, não quer dizer que precisa ser necessariamente um grande agricultor, pode ser até um pequeno produtor. É um desafio trazer as tecnologias para os pequenos, o importante é que o fazendeiro valorize a tecnologia", disse o presidente global da Case IH, Andreas Klauser, em encontro com jornalistas.
Ontem (25), o Banco CNH, que financia fabricantes de máquinas agrícolas Case IH e New Holland, do grupo CNH Industrial, anunciou a extensão de três anos no financiamento voltado para a agricultura familiar, para oito anos.
O crédito direto com a montadora costuma vir para complementar o montante tomado com outras instituições financeiras na hora de investir na lavoura. No caso do Brasil, o grupo conta com um programa chamado "Meu Primeiro Case", que traz condições favoráveis para a aquisição de tratores de menor porte.
Na mesma linha, a concorrente norte-americana John Deere anunciou nesta semana o início das operações de sua instituição financeira por meio da linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos. Ao DCI, o presidente do Banco John Deere, Jorge Sivina, disse que o objetivo inicial é atender um lote de 1.100 tratores de pequeno porte de uma linha já existente na empresa, verificando a aceitação e as demais variáveis do mercado para os próximos passos.
O diretor comercial do Banco John Deere, Sergio Moreira, lembra que a instituição já atende o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e está aumentando sua carteira para abranger clientes de todos os tamanhos.
"Desde meados de setembro do ano passado a cana-de-açúcar tem sido favorecida pelos preços do açúcar e do etanol, fato que tem colocado as usinas entre as principais demandas", destaca o executivo, em relação ao desempenho geral do banco, cujo portfólio compreende R$ 6,5 bilhões.
Parceria pré-aprovada
O superintendente executivo de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, conta que a instituição estabeleceu parceria com as fabricantes de máquinas Jacto, grupo AGCO (Valtra e Massey Ferguson), CNH Industrial e John Deere no intuito de complementar os bancos de montadora e reduzir o tempo de concessão de crédito. Destas, a Jacto é a única que não atua com instituição financeira própria.
Consolidando a crença no mercado agropecuário, o banco Santander trouxe R$ 850 milhões em crédito pré-aprovado para a Agrishow. O volume de recursos é 95% maior que os R$ 436 milhões captados pelo banco na edição de 2015 do evento, o que indica uma elevada expectativa de novos negócios para este ano.
A instituição lançou uma ofensiva comercial e está presente em todas as grandes feiras do setor. O Banco do Brasil informa que disponibilizou R$ 536 milhões em recursos próprios para produtores rurais na Agrishow. /A repórter viajou à convite da organização da Agrishow