A avicultura brasileira começa 2026 em um cenário mais
positivo, marcado pela retomada gradual dos embarques internacionais e pela
perspectiva de mais um ano de estabilidade para o setor. Após o episódio de
gripe aviária registrado no Rio Grande do Sul em 2025, os principais mercados
passaram a retirar suas restrições à medida que ficou comprovado que o surto
estava restrito a apenas uma granja comercial. Nos últimos meses, China e União
Europeia também suspenderam as barreiras, abrindo espaço para a normalização
completa das exportações no curto prazo. Os custos de produção iniciam o ano
com indicação favorável, especialmente no caso da ração. Ainda assim, o atraso
das chuvas no Cerrado acendeu um alerta sobre o desenvolvimento do milho
safrinha, já que parte das lavouras deve ser plantada fora da janela ideal. A
condição pode reduzir o potencial produtivo e, dependendo do comportamento
climático, pressionar os preços do cereal. Apesar disso, o setor trabalha com
um cenário de custos administráveis, o que sustenta margens confortáveis para a
atividade. A oferta segue condicionada pela limitação global de material
genético, gargalo que ainda não tem solução imediata. O fator reduz o ritmo de
expansão, mas não impede o crescimento. A expectativa é de que a produção
nacional avance três por cento em 2025 e dois por cento em 2026. As exportações
devem se manter estáveis neste ano, com retomada prevista para o período
seguinte.
Mesmo com a melhora consistente das condições de mercado,
especialistas reforçam que a avicultura não pode reduzir a atenção às medidas
de biossegurança. A prevenção continua sendo essencial para garantir
competitividade, preservar o acesso aos mercados internacionais e manter o
equilíbrio entre oferta, demanda e preços.