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Nem todas as atividades econômicas dos doze países signatários da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) aplaudem aquele que vem sendo considerado um dos maiores blocos de comércio mundiais. A avicultura canadense, por exemplo, já manifestou seu temor com os futuros efeitos do acordo (que ainda depende da aprovação do congresso de todos os países integrantes).
Posicionamento a respeito partiu da Chicken Farmers of Canada (CFC), entidade nacional que congrega os produtores de frango canadenses. A CFC diz-se desapontada “com o acesso adicional que o Canadá precisou conceder para garantir assento na TPP”.
“Acesso adicional”, no caso da avicultura, significa dar maior espaço à entrada do frango de outros países. Algo que – de acordo com Dave Janzen, presidente da CFC – implica em ampliar o atual mercado importador canadense em 28% - um adicional que, por sua vez, corresponde a 10% do consumo interno.
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Na tabela abaixo, a coluna à esquerda mostra a participação de onze integrantes do TPP nas exportações de carne de frango dos EUA, país que, no caso da avicultura, será o principal beneficiário do acordo. E, à guisa de comparação, na coluna da direita é apresentada a participação dos mesmos onze países nas exportações brasileiras.
Os dados referem-se ao período janeiro-agosto de 2015 e, portanto, já refletem a queda enfrentada pelos EUA com os episódios de Influenza Aviária em território norte-americano. Eles mostram que, neste ano, o grupo absorveu pouco mais de um terço das exportações de carne do frango dos EUA, sendo que mais de um quarto do total foi direcionado para os dois países vizinhos – México e Canadá.
Já no caso brasileiro, esses onze importadores absorveram pouco mais de 14% do total exportado no período, existindo entre eles três países que nada importaram em 2015. O único grande senão é que um dos integrantes do grupo está, também, entre os principais importadores do frango brasileiro. Trata-se do Japão que, há anos e ao lado da Arábia Saudita, lidera as importações de frango do Brasil.
Parece, porém, que - pelo menos no caso japonês - o risco de o Brasil perder mercado para algum integrante da TPP é mínimo. O perigo “mora” mais próximo do Japão e, como mostrou recentemente o AviSite, é representado pela Tailândia.