A cooperativa Central Aurora Alimentos, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos do Brasil, informou nesta terça-feira (29) que decidiu pela retomada gradual das atividades em todas as suas plantas industriais de aves e suínos, a partir de quarta-feira (30). A empresa teve suas atividades paralisadas devido à greve dos caminhoneiros.
Segundo a assessoria de imprensa da Aurora, a cooperativa espera que os manifestantes que ainda ocupam rodovias permitam que ocorra o fluxo de mercadorias.
O protesto de caminhoneiros paralisou mais de cem unidades produtoras carnes no Brasil, não somente da Aurora, além de prejudicar o escoamento de produtos aos portos de exportação e para o abastecimento das cidades.
"Toda a força de trabalho da Aurora, no campo e nas cidades, foi convocada para restabelecer os fluxos de produção e trabalho", afirmou a cooperativa em nota.
A decisão de retomar também se deve ao risco de "colapso da imensa cadeia produtiva Aurora, formada por mais de 70 mil famílias rurais, 12 cooperativas agropecuárias e 16 plantas industriais que processam por dia 1 milhão de aves, 20 mil suínos e 1,6 milhão de litros de leite".
Custo maior
A greve dos caminhoneiros pode fazer com que o custo para o setor de proteína animal suba em 30%. Com o bloqueio das estradas, o setor tem alertado desde a semana passada que aves e suínos estão morrendo porque os insumos não estão chegando.
"A inconsequência dos atos nos piquetes terá impacto direto no poder de compra do consumidor", informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) por meio de nota nesta terça-feira (29). "Com menor oferta de produtos, mas com a mesma carga tributária, mesmo custo operacional e possível alta nos insumos para a produção industrial, ficará mais caro produzir. Estima-se que os custos para a recuperação da normalidade do processo deverão ser 30% acima do anteriormente praticado", disse a entidade.