Valor Econômico
A Arábia Saudita, maior comprador de carne de frango do Brasil, elevou o imposto para importação da carne de aves de 5% para 20%, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), citando a alfândega do país.
Apesar da decisão, o volume de exportação brasileira ao país, que em 2016 chegou a 760 mil toneladas (17% do total), não tende a diminuir, mas subir, na opinião do José Luiz Pimenta, gerente de acesso a mercados da ABPA. “Com o aumento de casos de gripe aviária, a Arábia Saudita proibiu a importação de muitos países, e o Brasil, que já é o maior fornecedor de carne de frango, deve aumentar sua participação no mercado”.
Historicamente, explica Pimenta, o Brasil fornece entre 80% e 90% da carne de frango importada pela Arábia Saudita e atende 50% do mercado nacional.
Para ele, a decisão saudita é vinculada ao aumento de produção nacional, que vem ocorrendo desde 2005. Em 2016, a produção do país foi de 670 mil toneladas, 3% superior à de 2015.
Embora o impacto não deva ocorrer no médio e longo prazo, a decisão prejudicou as ações da BRF hoje, que chegaram a liderar as perdas do indicador Ibovespa no começo do dia e fecharam em queda de 4,76%, a R$ 46,22. A BRF diz ter 45% de participação no mercado de frango nos países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Arábes, Kuwait, Qatar e Omã).