Rádio Rural
A recuperação ainda é tímida, mas já anima um pouco os produtores neste início de semana. Após três quedas consecutivas, o preço do quilo do suíno pago aos suninocultores catarinenses teve uma leve alta nesta segunda-feira quando a bolsa de suínos de Santa Catarina foi fechada a R$ 3,15, com aumento R$ 0,05 em relação à semana anterior.
Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio Luiz de Lorenzi, a reação de preço é o reflexo da diminuição do ICMS cobrado na comercialização de animais vivos para outros estados. “Há uma previsão de melhora para o mercado. Conseguiremos recuperar o preço pago ao produtor, mas precisamos de uma garantia de lucratividade”, diz.
Lorenzi comenta ainda que “a redução do ICMS anunciada na semana passada traz um resultado positivo para os produtores que comercializam suínos para fora do Estado e também reflete no mercado independente, nas indústrias dentro do Estado, que compram suínos para atender o mercado estadual”.
QUEDAS
Em cerca de 60 dias, o preço pago aos suinocultores caiu R$ 0,40 em Santa Catarina. Em abril, o valor do quilo pago aos produtores era de R$ 3,40. No último dia 23, a queda mais recente, o preço saiu de R$ 3,10 para R$ 3. “O mercado não está respondendo. São 14 milhões de desempregados. Outra questão é as exportações. A Carne Fraca fez o que qualquer concorrente brasileiro não conseguiu fazer: tirar o Brasil de mercados importantes”, comenta Lorenzi.
Ainda conforme o presidente da ACCS, o preço praticado não sustenta os custos de produção e a indústria não tem dado respaldo ao produtor. “A gente vê com duas preocupações bem fortes: uma é questão da queda do preço, a outra, o incentivo que as indústrias dão que apertam sempre o produtor para ampliação do plantel. Quando o mercado não responde, a indústria suprime o produtor”, frisa.