Folha de S. Paulo
O setor agropecuário não gostou nada das sugestões dos sindicalistas para que o governo coloque um fim na cobrança previdenciária diferenciada para as empresas do agronegócio.
Se concretizada, será "uma medida de impacto não apenas para o agronegócio mas para todo o Brasil. É um absurdo e uma medida bastante infeliz", diz Marcos Montes (PSD-MG), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária).
É justo que os sindicalistas defendam algumas situações e mostrem ao governo algumas posições, mas não podem mexer em um setor que está dando certo, avalia o presidente da FPA.
"Eu entendo a posição deles. Não querem mexer nos seus direitos e nas suas conquistas, mesmo que essas não tenham trazido grandes resultados para o país. O que não podem é atrapalhar as conquistas que estão dando resultados", diz Montes.
As centrais sindicais entendem que o fim da cobrança diferenciada para o agronegócio, medida que deverá ser apresentada ao governo, possa ajudar na eliminação do deficit das contas da Previdência.
Se efetivada a proposta, o governo deverá decidir entre dois setores de onde veio grande parte do apoio para o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.
Montes diz que o agronegócio, com medidas tomadas no passado, constrói uma agenda positiva para o país. "Não pode ser que, devido à desmontagem que ocorreu em alguns setores, também queiram desmontar o agronegócio", avalia.
"Estamos construindo pontes. E essas propostas vêm no sentido de explodi-las."
Segundo o deputado, é justa a busca de soluções, mas ela deve visar áreas que não estejam funcionando.
Ações positivas, como é o caso do agronegócio, têm de ser incentivadas. Elas acabam refletindo sobre a indústria e o comércio, avalia ele.
Grãos
Após várias altas, as commodities agrícolas tiveram recuo de preços nesta terça-feira (31) em Chicago. A queda ocorre devido à realização de lucros efetuada pelos fundos de investimentos que atuam no setor.