Agroindústrias do Oeste catarinense retomam abates

Diário Catarinense

As agroindústrias do Oeste retomaram o abate após a liberação das rodovias que foram concluídas nesta segunda-feira. Na semana passada a JBS parou as quatro unidades do Oeste e, a Aurora Alimentos, dez unidades frigoríficas. A BRF também estava com paralisação parcial. Ainda no domingo houve uma pequena retomada, após a sáida de comboios.

Nesta segunda-feira, a Aurora Alimentos retomou parcialmente os abates. Somente a unidade de suínos de São Miguel do Oeste e a unidade de frangos de Erechim-RS não abateram. Mas amanhã também retomam as atividades.

No Frigorífico Aurora Chapecó I, que tem 2,6 mil funcionários e tem capacidade de abate de 4,6 mil suínos por dia, o abate foi de dois mil suínos, quase metade da capacidade. A sala de cortes volta a funcionar somente amanhã.

Na JBS os abates começaram no domingo e, nesta segunda-feira, a produção estava praticamente 100% segundo o diretor agropecuário da empresa, José Ribas. Embora o abate deva ser normalizado nesta quarta-feira, toda a cadeia produtiva ainda sentirá o impacto por mais tempo.

— Vamos levar 30 a 40 dias para que tudo volte ao normal — disse Ribas.

Ele destacou que a falta de ração e a suspensão de abates interfere no padrão de peso dos animais, o que causa problemas na linha de produção. Além disso houve o descarte de ovos que deveriam virar pintinhos e depois frangos.

—Tem um vazio de produção que precisa ser contornado — disse. A assessoria de imprensa da Aurora complementou que toda a cadeia produtiva precisa ser reorganizada.

A ração que chegou no campo não tinha os nutrientes necessários por falta de matéria-prima, o que interfere no desenvolvimento dos animais. As fábricas de ração ainda precisam receber esses componentes para fabricar a ração e depois levar para o campo.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que os prejuízos com os bloqueios das rodovias chegam a R$ 700 milhões nos três Estados do Sul. Como Santa Catarina é responsável por cerca de 1,3 da produção, o prejuízo seria próximo de R$ 230 milhões no setor.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), cerca de 24 mil suínos e 4,8 milhões de frangos deixaram de ser abatidos por dia, o que representa cerca de 80% da produção estadual.



Data da Notícia: 05/03/2015
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