Assessoria
Gutemberg Barone, um dos poucos adidos agrícolas que o Brasil tem em suas embaixadas mundo afora, revela como a carne suína de Santa Catarina abriu as portas do exigente mercado japonês e pode abocanhar uma gorda fatia desse cobiçado mercado.
No Painel que vai reunir o setor produtivo e agroindústrias habilitadas em Chapecó, (coração da produção de suínos) Barone vai apontar os desafios e mais que isso, alertar para os próximos passos, decisivos, na real conquista do mercado. Como por exemplo fazer marketing sobre como e porque a carne suína produzida no Sul de um país continental pode ser melhor que a dos tradicionais exportadores, como anos de mercado e campanhas massivas focadas no consumidor japonês.
A palestra "Qualidade da Carne Suína Catarinense e o Mercado Japonês" com Gutemberg Barone de Araújo Nojosa - Adido Agrícola na Embaixada do Brasil em Tóquio - Japão abre a programação do VI Simpósio Brasil Sul de Suinocultura que inicia nesta terça feira em Chapecó, Oeste de Santa Catarina. O adido agrícola foi peça chave nas negociações que resultaram na abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense.
O encontro técnico é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas de 13 a 15 de agosto no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês vai reunir especialistas, empresários, produtores e técnicos do setor para discutir novas tecnologias, mercados e alternativas para se produzir mais e com mais qualidade, inclusive para o exigente mercado oriental.
O Governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo participará do painel de abertura da palestra Carne Suína Catarinense e Mercado Japonês. No painel Colombo falará sobre a expectativa de Santa Catarina conquistar uma fatia do maior mercado importador de carne suína do mundo.
As inscrições para pos três dias de programação técnica podem ser feitas no local e o acesso a palestra de abertura é gratuito. Mais informações no www.nucleovet.com.br
Uma vitória para a Carne Suína Made in SC
Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína, respondendo por um quarto do total produzido no país. Das 800 mil toneladas produzidas por ano no Estado, o mercado internacional consome cerca de 200 mil toneladas (25%). Os maiores compradores são Rússia (30% das vendas catarinenses), Ucrânia (23%), Cingapura (7%), Argentina (7%) e, mais recentemente China (desde 2011) e Estados Unidos (2012). O Japão é a mais nova conquista. A abertura do mercado japonês foi confirmada em maio e a expectativa é de que os primeiros embarques catarinenses já iniciaram e corram no segundo semestre de 2013.
O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, comprando o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano (em equivalente a carcaça). A expectativa do presidente da Cidasc, Enori Barbieri, é de que, no primeiro ano, Santa Catarina responda por 10% desse mercado, número que deverá aumentar consideravelmente nos próximos anos. Ele acrescenta que o Japão paga muito bem porque compra cortes prontos para o consumo, o que agrega valor ao produto final.
Status diferenciado
Santa Catarina é o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação. Historicamente, os japoneses só importavam carne suína quando todo o país de origem possuía o status de área livre de aftosa, mas foi aberta uma exceção para SC, diante da qualidade do trabalho sanitário - o governo catarinense mantém uma barreira sanitária em cada fronteira do Estado (são 67 em operação atualmente). A última ocorrência de febre aftosa em Santa Catarina foi em 1993. O Estado suspendeu a vacinação em 2001 e, em 2007, garantiu a certificação com área livre de febre aftosa sem vacinação, emitida pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).