Valor Econômico
O naufrágio do navio que levaria cerca de 5 mil bois da Minerva Foods para o
Líbano e a posterior interdição parcial do porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), vêm alterando - provisoriamente - a geografia das exportações de boi vivo no Brasil. A mudança desagradou a frigoríficos do Rio Grande do Sul ao mesmo tempo em que animou os pecuaristas do Estado, que agora contam com uma alternativa para valorizar os animais. Depois de muito tempo, o porto gaúcho de Rio Grande voltou a enviar navios com bois vivos.
Há duas semanas, a Minerva, que lidera as exportações de bovinos no país, enviou 5 mil animais à Venezuela, e a expectativa é que mais um carregamento com o mesmo número de bois seja exportado a partir de Rio Grande, de acordo com o diretor técnico do porto, Darci Tartari. A decisão da Minerva de adquirir bois no Rio Grande do Sul "mexeu no mercado", elevando os preços no Estado, o que desagradou a concorrentes como a Marfrig, afirmou uma fonte ao Valor. Líder nos abates no Rio Grando do Sul, a Marfrig retomou há poucos meses as atividades no frigorífico de Alegrete, que passou boa parte de 2015 sem abater bois em razão da menor oferta no Estado.