Acesso a portos é comprometido

Diário Catarinense

Há uma semana Santa Catarina sente os reflexos de uma chuva incessante e todas as regiões do Estado tiveram cidades afetadas por granizo, temporais e acumulados de precipitação que superam o esperado para todo o mês de outubro. O último levantamento da Defesa Civil, realizado ontem, indica que 35 municípios tiveram algum tipo de estrago, com mais de 7,4 mil pessoas afetadas. E a previsão indica que mais chuva chegará hoje, principalmente nas regiões que fazem divisa com o RS. Diante desse cenário, os danos só aumentam, como provam as perdas registradas pelo Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que segue sem previsão de reabertura e já somam mais de R$ 5 milhões em prejuízo.

O canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes amanheceu mais uma vez fechado ontem. Foi o quinto dia consecutivo sem manobras no Itajaí-Açu e não há previsão para que as operações sejam restabelecidas. Com o nível do rio ainda subindo em Blumenau (estava acima de sete metros no começo da tarde), a expectativa é de pelo menos mais alguns dias de correnteza forte e manobras suspensas. A média de prejuízo por navio a cada dia parado – apenas para o afretador – é de US$ 40 mil.

Na manhã de ontem, além dos seis navios que já aguardavam para entrar nos portos e um para sair, outros três que tinham escala prevista chegaram. A preocupação é que, devido à falta de perspectivas de reabertura, os armadores decidam cancelar a escala e seguir para outros portos – o que pode potencializar os prejuízos, já que os terminais e a autoridade portuária perderiam em receita de movimentação e taxas. Também há custos de transporte, armazenagem e atraso no cumprimento de contratos, o que torna o dano total incalculável. É o maior impacto à economia catarinense causado pelas cheias, já que Itajaí e Navegantes respondem, juntos, por 70% do comércio exterior no Estado.

SOLUÇÃO AINDA ESTÁ SEM PRAZO

Presidente da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) e do Sindicato das Agências Marítimas e Comissárias de Despacho de Santa Catarina (Sindasc), Eclésio da Silva define a situação como catastrófica. Isso porque os prejuízos causados pela chuva ocorrem em um momento em que o Porto de Itajaí, em especial, sofre com a perda de 50% das linhas e queda vertiginosa na arrecadação. Desde a enchente de 2008 discute-se a possibilidade de um canal extravasor que pudesse, em conjunto com as barragens no Vale do Itajaí, segurar a força da correnteza na foz. Uma das ideias, inclusive, era um canal extravasor em Navegantes.

A proposta fez parte do conjunto de ações apontadas pela agência japonesa Jica, mas não há prazo para que a avaliação seja concluída e a ideia possa ser colocada em prática. O canal faz parte da terceira etapa do plano de contenção de cheias no Vale e Foz do Itajaí.

INSTABILIDADE ATÉ A PRÓXIMA TERÇA-FEIRA

O tempo instável deve predominar em Santa Catarina até a terça-feira, pelo menos. A previsão é da meteorologista Marilene de Lima, da Epagri/Ciram. Segundo ela, as condições do tempo favorecem as chuvas, principalmente no período da tarde e noite.

Para hoje há chances de melhora entre o fim da manhã e o começo da tarde, especialmente nas regiões da Grande Florianópolis, Litoral Norte e Planalto Norte. O maior volume de chuva para este período é esperado entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta-feira.

– Uma nova frente fria deve se formar no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, então os maiores volumes são esperados para as regiões da divisa, principal o Litoral Sul e o Planalto Sul – diz Marilene, acrescentando que o volume de chuva, no entanto, será menor do que o registrado ao longo do último feriadão.



Data da Notícia: 15/10/2015
Tags: Eocnomia, Porto
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