ABPA – A gigante da proteína mundial prepara 2035!

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Ela nasceu como a maior associação de proteína animal do Brasil e a segunda mais poderosa do planeta. Começou com a junção da União Brasileira de Avicultura (UBA) e Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF), originando a UBABEF. Ao se coligar com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), deu origem a ABPA, gigante que representa os interesses de um setor responsável por colocar todo ano nas prateleiras, gôndolas, cozinhas industriais, lanchonetes, mesas de famílias, nos restaurantes, bares e pontos de churrasco um resultado impressionante: 13,1 milhão de toneladas de carne de frango, 2,35 milhões de toneladas de ovos, 3,5 milhões de toneladas de carne suína e 350 mil toneladas de carne de peru. Competência que se espalha comercialmente por quase duas centenas de nações em todo o planeta. E se faz representar com 139 associados, quase o triplo das empresas coligadas oito anos atrás, no início da ideia de todo o processo de fusões. Mas este pessoal ‘acha pouco’ e quer chegar a 150 associados. Não duvide dele. Com um Produto Interno Bruto (PIB) totalizando mais de R$ 80 bilhões, juntas, as cadeias produtivas de carne suína e de aves geram 1,756 milhão de empregos diretos - sendo mais de 400 mil deles apenas nas plantas frigoríficas – totalizando 4,155 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos no território nacional. São US$ 10 bilhões em exportações, ou 10% do total embarcado pelo agronegócio brasileiro.

Quando os estudos de viabilidade e as consultas aos associados, que duraram mais de dois anos, caminharam, o objetivo foi construir representatividade maior, sinergias e ampliação dos papeis político e social das associações envolvidas. O líder do processo, Francisco Turra, falou na época. “São cadeias com demandas similares e modelos produtivos semelhantes, desafios equivalentes. A ABPA nasce para dar mais força institucional à cadeia da proteína animal brasileira, no mercado interno e nas exportações”.

Porém, o mercado capitalista é tinhoso, e ainda mais veloz. Sempre alucinante sobre qualquer previsão. E não é que a ABPA acertou na mosca. Brasil e Estados Unidos já ponteavam quando o assunto era aves, mas a América Latina tornou-se na metade do século a região responsável pelo segundo lugar na produção mundial de carne, leite e ovos. 144 milhões de toneladas anuais, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Sendo que apenas seis países contribuem com 81,6% desta produção, o equivalente a 118 milhões de toneladas: Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Costa Rica e México. Até 2050, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que para alimentar a população de nove bilhões de pessoas será necessário aumentar a produção de carne em mais de 200 milhões de toneladas, até alcançar os 470 milhões de toneladas. O Brasil contribui com mais de 26 milhões de toneladas de carnes (bovina, suína, de frango), mais de 34 milhões de toneladas de leite e mais de 2 milhões de toneladas de ovos, num total de 62 milhões de toneladas de proteína animal.

Porém, o time ABPA pensa que o futuro já chegou faz tempo e é preciso estar atento e forte. Encomendou estudo para saber o que a cadeia pode atingir e como deve ‘pousar’ no agronegócio internacional em 2035. No frango, vender mais para China, Venezuela e México. Conseguir redução tarifária e o sistema de licenças de importação junto a Índia. Abrir, mesmo que ‘a força’, com Painel, a Indonésia. Em suínos, conseguir vender bem para México, gigante que compra só dos EUA 600 mil toneladas por ano. Mais Coreia do Sul e Colômbia. Para isto, produzir é preciso. As duas carnes devem crescer 3% só em 2015. Nos próximos dez anos, o objetivo é incrementar as vendas externas. Carne suína com 1,6% ao ano e frango com outros 2% anuais. Chegar lá com um milhão de toneladas a mais de carne suína e outros dois milhões de toneladas adicionais de carne de frango. O desenho internacional é conhecido. O Japão deve se manter como o maior importador mundial de carne suína na próxima década, embora num crescimento menor devido ao declínio e envelhecimento da população.

As importações de carne suína pela Rússia caem constantemente, também como reflexo das políticas de estimulo da produção local e redução nas compras internacionais. Até 2023, as importações do país despencam em mais de 10% ao ano, para um volume de 0,8 milhões de toneladas. Por outro lado, as compras da carne pela China e pelo México devem superar as importações da Rússia. Desde 2009, as importações chinesas cresceram acentuadamente e devem continuar assim de forma constante, em até 50%, atingindo 1,2 milhão de toneladas até 2023. O volume representa quase metade do incremento das compras internacionais. As importações de carne suína pelo México também devem registrar aumento de 0,3 milhões de toneladas (35%) de 2014 a 2023, fruto de renda e crescimento da população turbinados. O país responde por quase 1/5 do crescimento global de importações de suínos na próxima década. E alguns países ricos do Leste Asiático devem aumentar suas compras para atender a demanda por cortes selecionados. Juntos, Hong Kong, Japão e Coréia do Sul respondem por 1/4 do aumento mundial das importações de suínos. As importações da América Central e do Caribe também prometem, mesmo que em volume menor.

Confira a matéria completa nessa edição da Revista AVE



Data da Notícia: 02/03/2016
Tags: ABPA
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