Abertura do Japão à avicultura de postura brasileira confere ao país novo status no cenário internacional

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A avicultura de postura no Brasil comemorou, e com muita razão, a abertura do mercado japonês ao nosso produto. A informação veio do Ministério da Agricultura na última sexta-feira. O governo japonês havia aceitado a proposta de certificado sanitário apresentada pelo Ministério da Agricultura. O anúncio ocorre um mês após visita da ministra Kátia Abreu ao país asiático.

A comemoração se deve também pelo fato de o Japão ser um dos maiores consumidores de ovos e também uma referência para outros países. No ano passado, o Japão gastou US$ 70,9 milhões para importar 17 mil toneladas de ovos e gema. Os principais fornecedores foram Estados Unidos (55%), China (11,4%), Índia (11%) e Tailândia (10,5%).

No caso do Brasil, as exportações totais de ovos e gemas renderam US$ 16 milhões no ano passado, de acordo com o ministério. Os Emirados Árabes Unidos são os principais clientes do Brasil nesse mercado, com 67,2% do total exportado pelas empresas brasileiras.

De acordo com Ricardo Santin, vice-presidente do setor de avicultura da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Instituto Ovos Brasil, o Japão não é apenas um mercado com excelentes níveis de consumo de ovos, é, também, um país que investe em produtos com boa agregação de valor, com demanda constante.

“Temos excelentes expectativas de ver, por meio dos embarques para o Japão, uma boa elevação nos volumes hoje exportados pelo Brasil, que são inferiores a 1% do total produzido. Além de grande importador de produtos avícolas – é o segundo maior mercado para a carne de frango do Brasil – é também um mercado que ajuda a abrir outros. Atender às determinações sanitárias do Japão – um dos mais exigentes compradores do mundo – dá aos produtores brasileiros um novo status no cenário internacional, o que poderá viabilizar a entrada em mercados hoje ambicionados”, destacou.

Para Santin, o setor ainda tem um grande potencial a ser explorado, afinal, mais da metade de nossas exportações hoje tem como destino a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. “Com a entrada do Japão no hall de importadores de ovos in natura do Brasil, temos a expectativa que novas oportunidades se abram para o nosso setor. Estamos negociando fortemente em destinos como Indonésia, México, EUA, União Europeia e outros mercados”, destacou.

Qualidade do produto brasileiro

O que diferencia o Brasil é seu status sanitário, além da qualidade dos produtos, afirma Ricardo Santin. E, ainda segundo ele, é fundamental aos produtores, neste momento, que mantenham seus trabalhos pela manutenção da sanidade dos planteis, e na qualidade de seus produtos. “Temos uma valiosa oportunidade se desenhando para o Brasil e não podemos pecar em pequenos detalhes para não perdermos algo maior para o nosso setor. É importante que se entenda que exportação não é algo ocasional, que se realiza apenas quando o mercado está bom, mas sim, uma opção de atividade para a empresa se dedicar”, afirma Ricardo Santin.

Influenza Aviária nos EUA e a configuração no cenário internacional

“É fato que os problemas sanitários ocorrentes nos Estados Unidos estão influenciando na construção de uma nova configuração no cenário internacional. No caso do Japão, no entanto, a conquista de agora é fruto de um trabalho de longa data da ABPA, do Governo e dos Exportadores. Com a abertura do mercado, vamos trabalhar junto aos importadores por meio das várias ações que já promovemos neste mercado (como participação em feiras, workshops, etc) para alavancar os embarques. Temos qualidade e sanidade diferenciada de grandes competidores, e é isto que vamos mostrar ao mercado japonês.”- Ricardo Santin, vice-presidente do setor de Avicultura da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Instituto Ovos Brasil
(AviSite) (Redação)



Data da Notícia: 18/08/2015
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