ABCS: Economia e homenagens na festa dos 60 anos

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...a história da entidade e reforçando a importância da suinocultura brasileira

“Temos um novo patamar de preços de grãos, com menor volatilidade em comparação ao início do século, abrindo novas possibilidades de negócios para os produtos agropecuários nos próximos anos”. O cenário foi proposto nesta quinta-feira de manhã, pelo Secretário de Desenvolvimento Econômico e Mato Grosso, Seneri Paludo, na abertura do XVI Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, que comemora os 60 anos de história da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) na Praia do Cumbuco, no Ceará, a 40 quilômetros de Fortaleza. Seneri, que comandou até o ano passado a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), criticou a falta de regulamentação no Agro Brasil, mas elogiou a política de crédito rural. “A União financia quase 190 bilhões de reais, dinheiro que movimenta a economia. Um crescimento de mais de 300% nos últimos dez anos. Mas o modelo precisa de fôlego, ser aberto aos bancos privados. Temos que aproveitar o restante da década, que deve apresentar um mercado de soja e milho mais equilibrado, com boas ofertas e menores variações. Mesmo levando em conta as exportações”, analisou.

O seminário foi aberto nesta quarta-feira à noite, no Resort Vila Galé Cumbuco. O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, saudou a todos e afirmou estar muito orgulhoso de presidir a entidade durante os últimos quatro anos e na comemoração das seis décadas de fundação. “A ABCS este ao lado dos criadores, desde a passagem do porco banha para o suíno carne até os investimentos em genética, maior peso ao abate, manejo, instalações e sanidade. Agora investimos forte em atuação política, marketing, num outro nível, mais ligado à indústria e ao treinamento de profissionais do varejo”, acrescentou. Na sequência, a data e o aniversário da ABCS foram destacados pelo presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Ceará, Paulo Helder Braga, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAEC), Flávio Saboia, Gerente de Agronegócio do Sebrae Nacional, Enio Queijada, vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Roberto Simões, e pelo Secretário de Agricultura do Ceará, Osmar Maquiti, que representou o Governador Camilo Santana. Todos elogiaram a performance da suinocultura brasileira, que chegou a 2015 com exportações no valor de US$ 1,5 bilhão (440 mil toneladas), produção total de mais de 3 milhões de toneladas e 50 mil criadores que possibilitam um milhão de pessoas empregadas.

Logo depois, foi a realizada a primeira palestra do evento, com o professor e economista da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Gianetti da Fonseca, que analisou a política econômica brasileira e mundial ao longo deste século. “Até o final do primeiro mandato do Lula, as coisas vieram bem, tratadas com seriedade. Mas tudo degringolou a partir de 2008 e piorou sensivelmente no Governo Dilma. E acho que a recessão que estamos vivendo vai demorar para passar, diferentemente dos outros anos críticos de 1999, 2001, 2003 e 2009”, sentenciou. O professor afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter queda de até 2% este ano e ressaltou o aumento violento da carga tributária (36% do PIB) e do déficit nominal no país (6,5% do PIB). “Mas em qualquer crise, não vejo outra solução que não passe pela palavra trabalho. Os produtores de carne suína devem ser mais eficientes, produtivos e criativos. Pensar em exportação, novos programas, meio ambiente, consumidores, sanidade, qualidade e maior aproveitamento dos produtos”, cravou Gianetti da Fonseca.

A noite terminou com diversas homenagens a ABCS e aos vários presidentes da entidade, feitas pela própria ABCS e pelas empresas Agroceres Pic, Ourofino Saúde Animal e Suinco, além de um vídeo que contou toda a história da ABCS, desde a fundação em Estrela, no interior do Rio Grande do Sul, em 13 de novembro de 1955, até os dias atuais, passando pelo trabalho de Valmir dos Reis, responsável por nada menos do que os 5,5 milhões de registros genealógicos efetuados nestes sessenta anos. Para terminar o primeiro dia do Seminário, todos participarem de um jantar e de uma festa com música ao vivo.



Data da Notícia: 02/07/2015
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