Por Carol Mendes | carolmendesmosca@gmail.com
Santa Catarina tem liderado a recente valorização do preço do suíno vivo no país. Segundo dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o estado puxou a alta nos preços ao longo de abril, com o valor pago ao produtor chegando a R$ 8,12/kg no fechamento do mês. A valorização é reflexo direto da combinação entre oferta ajustada de animais para abate e o bom desempenho das exportações de carne suína.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), o preço do suíno vivo em SC acumulou alta de 6,33% na comparação com março. Essa movimentação tem sustentação no mercado externo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 290 mil toneladas de carne suína in natura no primeiro trimestre de 2025, volume 18% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Santa Catarina respondeu por mais da metade desse total, com 154,4 mil toneladas embarcadas.
A redução na oferta de animais também tem impacto direto no mercado. De janeiro a abril, o número de suínos comercializados no estado caiu de 89.568 para 61.770 cabeças, segundo levantamento da ACCS. Essa diminuição na oferta, aliada à firme demanda internacional, tem sustentado a pressão de alta nos preços.

“O produtor catarinense está colhendo os frutos de um trabalho focado em eficiência, sanidade e acesso aos mercados internacionais. Temos uma carne competitiva e reconhecida mundialmente, e os números das exportações refletem isso”, afirma Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da ACCS.
Além da China, principal destino das exportações brasileiras, mercados como Filipinas, Japão, Hong Kong e Chile têm ampliado suas compras, refletindo a confiança na qualidade da proteína nacional. A certificação sanitária rigorosa de Santa Catarina, que é livre de febre aftosa sem vacinação, continua sendo um diferencial crucial.
A valorização do suíno vivo também é observada em outros estados produtores, como Rio Grande do Sul e Paraná, que registraram aumentos de 3,2% e 9,1%, respectivamente, nas exportações de carne suína em 2024. Esse cenário positivo reflete a crescente demanda internacional pela proteína brasileira, especialmente em mercados como Filipinas, Japão e Chile.
A expectativa para 2025 é de continuidade desse crescimento. Segundo relatório do Rabobank, as exportações brasileiras de carne suína devem registrar um novo recorde, com alta de 2% a 3% em relação a 2024. Fatores como biossegurança, competitividade de preços e questões geopolíticas favoráveis devem continuar impulsionando o setor.
Com esse cenário, produtores e indústrias estão otimistas quanto à manutenção da valorização do suíno vivo e ao fortalecimento da cadeia produtiva suinícola brasileira.